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domingo, 30 de novembro de 2014

Dentre nós, desiderium

Mãos entrelaçadas. Os olhos denunciavam aquele sentimento. Pertenciam um ao outro naquele infinito particular. A respiração era tão intensa quanto o prazer que sentiam: divinamente se amavam. Ela o contemplava. Ele,delicadamente, mordia os seios dela, e isso a fazia desejá-lo mais. Os beijos eram longos - transbordavam o querer.  As mãos deslizavam pelos corpos, os dedos, molhados, cada vez mais procuravam estar naquela mulher. Meticulosamente, ela se entregava e o conduzia para dentro de si: o suspiro pode ser ouvido pelos dois - ali estavam, preenchidos um pelo outro. 
Pela  fresta, o luar invadia o quarto, expondo os rostos ternamente despudorados. Sorriam. Ela adorava sussurrar, ao pé do ouvido dele, o quanto lhe amava, enquanto aqueles deliciosos movimentos tornavam-se rápidos e intensos. Naquele momento, as unhas marcavam a pele clara daquele homem, que se arrepiava a cada toque. Suavemente, ela se desencaixou -  seus lábios queriam senti-lo, saboreá-lo. Era tomado, molhado, sugado, mordido: estava sendo corrompido, ora lentamente,ora ferozmente. Pulsava. Ela adorava vê-lo desejante,pois aquilo lhe dava prazer. Ele não podia mais se conter tampouco queria, então se entregou, totalmente. 
Ela estava embriagada por ele. Ele extasiado por ela. Acomodaram-se na cama. Abraçados adormeceram, eram plenos. 




Dedicado a Rafael Sant'Anna