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quarta-feira, 24 de setembro de 2014

"As cartas que eu não mando"

Aquele quarto era um pedaço do seu mundo. 
Vestia uma camisa azul e óculos vermelho. Os cachos bagunçados e o grande sorriso davam leveza a tristeza da despedida. Ela deitou calmamente, pois não queria acordá-lo : era tão lindo vê-lo dormir. Podia sentir o perfume - e como era bom o perfume dele ! Embriagava-se com tudo aquilo que via e sentia ao estar com ele. Não poderia deixar de querer estar ali. Quis beijá-lo e assim fez : gostava de acordá-lo com beijos e cheiros. Aquilo o fazia sorrir. Ele a acomodou em seus braços - como ela amava esse lugar ! O abraço era tudo aquilo que não podiam falar. O beijo era exatamente o que precisavam falar. Os corpos eram o que desejavam : o encontro. De quem ? Do nós. Do amor.
 Amor - amigo. Amigo-amor. Livre amor. 




Dedicado aquele que me faz tão bem, Rafael Sant'Anna