Menino descalço vagando pelas ruas,
Perdido , fétido e esquecido
Hoje, só tenho meu eu esvanecido.
Fome de justiça,
Sede de amigos
Que lutem por mim
E outros meninos?
Nos becos e bocas,
Cheirando o sangue do último encontro,
Pedindo socorro
Assim como eu.
Rostos estão pintados pelo pó,
A fantasia não esconde os dedos queimados,
Última pedra.
Perfume da erva.
Quem puxa o samba?
Os “homi fardado".
Sem harmonia,
Eu saio da avenida
E ao som do tiros, me despeço
De mais um irmão,
De mais um menino,
De outro esquecido, dito bandido.