Páginas

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Ele existiu quando ela se foi,

Ele estava estendido sobre a grama queimada. Ouvia-se os gritos abafados pelo alívio daquela que outrora o amou. Ela percebera o quão perdida estava ao se embebedar com as doces palavras: súplicas do seu agressor. Ele corrompera os planos e sonhos da jovem mulher. Ela não notou que perdera a si própria quando entorpecida foi por aqueles beijos. No perfeito elance de amor e ódio, eles se encontraram e jamais deixaram um ao outro. Ele a levou para um lugar distante. Ela levava consigo as lembranças das noites em claro,dos olhos vermelhos. Foi em meio àquele esmo que amaram-se pela primeira vez. Ali Bianca se entregou, era o fim de  dois longos anos. 
Dias depois após um telefonema, o corpo carbonizado de um homem foi encontrado em um terreno cerca de 20km da cidade. Perto da cena do crime, acharam uma fotografia e no verso dizia: "Pedro, eu sempre te amarei. Com amor, Bianca"
 

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

vívido passado

Na calmaria , ela se perdia. Suas pegadas não marcavam a areia. Nem se quer sentia seus pés. Ali estava o peso do seu desejo, um sabor ardente que incinerava a pele. A doçura contemplava apenas seus olhos , janelas do passado. Em cada brisa, pedaços de seus pensamentos eram levados. Sentia seu aroma inodoro e estagnava-se. Estava sendo corrompida por tudo que um dia colocara dentro daquela garrafa atirada ao mar. Não sabia para onde as cicatrizes tinham sido levadas, mas ainda as sentia e aquilo a esmagava, dilacerava seu corpo, roubava seus sonhos. E foi naquele fim de tarde ao se despedir do seu passado que ela dou-se ao presente :  era  mais uma menina embriagada pela solidão e acompanhada dos seus senhores. Aquele quarto tornou-se o seu lugar enquanto as notas de vinte cobriam seu corpo.

domingo, 18 de setembro de 2011

Eu perdido, eu contido, eu

Daquele corpo brotava gotas salubres. Os gritos eram ouvidos do corredor onde eu estava. Sob a cama havia folhas de caderno, umas rasgadas e outras em branco. O tom grave e constante rompia o silêncio, as vozes a atormentavam.Inerte e atormentada. Na sua frente a cena passava : Ele dizia que seus pensamentos seriam roubados pelas outros pacientes. A voz e o cheiro de sangue falavam a verdade. Era cada vez mais ensurdecedor, pareciam estar no meu quadro . Ali estavam. Aqueles gritos foram dados por ela... que era parte de mim. 
É apenas  o desenho de uma mente fragmentada. Um pequeno pedaço.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Quase tudo que eu sei

Há algumas coisas que ela não ousaria dizer, e ele não se atreveria a ouvir. Existe um segredo, o qual podemos chamar de motivo. Circunstâncias se repetem fazendo com que o   adorável menino chore copiosamente. Ele não tem mais dezesseis, não se chama João Roberto. É apenas mais um que traz consigo um passaporte carimbado pelo passado. Sua camisa de força não é branca, não tem fivelas, nem cintos , mas  possui cheiros, olhares,afagos que o imobilizam. Seu corpo clama por uma cura. Ele está cansado, exausto. O caminho de volta fora perdido, mas ainda sim, ela estende a mão trazendo-o para perto daquela luz ofuscante. Eles não se separavam. Jamais se separariam. Eram um do outro e continuariam sendo até a próxima vida. 

terça-feira, 19 de julho de 2011

Setembro de 1970

As ruas estão estreitas,
As luzes estão apagando-se.
Nos bares, eu vejo sorrisos,
Sorrisos genéricos.
Inalo odores putrefactos,
Que se misturam aos doces perfumes.
A chuva começa a tocar minha pele,
Enquanto essa overdose corrompe toda conduta descartável e superficial.
É o remédio antimonotonia,
Antimoralismo,antifanatismo,antipreconceito,anticomodismo.
Altas doses,
Frequentes convulsões.
As luzes acenderam-se,
Os olhos impugnantes insistem em dizer :
"Comece por você"
Joguei tudo na mala,
Dessa vez meu destino não foi a estação rodoviária,
Nem efêmeras doses de compaixão.
O destino é o adeus,
É o começo de um caminho sem volta,
É a impetuosa busca por melhoras,
De si próprio, da sociedade que vivo e da que deixarei.
Adeus.



quinta-feira, 14 de julho de 2011

Afago incontido

A vida já tinha tido cor, mas nunca teve o brilho ou foi aquarela.
 Era uma manhã dominical quando o sorriso extasiou a menina dos olhos castanhos e do cabelo enrolado. Eles estavam deitados. Ela ao lado daquele que mudou  sua vida. Ele ao lado daquela que mudou sua vida. Pertenciam um ao outro. Corrompidos estavam pela felicidade : a chance foi dada e aceita. O sentir de que ali começava o que hoje chamam de plenitude, os tomavam. O amor deles é doce, apimentado, vivo, sincero,intenso,calmo. É, exatamente, além do que um dia a menina dos olhos cor de amêndoas desejou. 
 É perfeitamente real.
 " A felicidade só é real quando compartilhada "
                                                                                                                                                         
Dedicado ao meu amor, companheiro, amigo, namorado Diego Matos

terça-feira, 5 de julho de 2011

Antídoto

Mas ela era só mais uma doce menina,
E as lágrimas exorcizavam os demônios de sua alma.
Ela sabia que todas aquelas lembranças seriam por toda vida,
Bastava apenas lidar com cada pedaço, cada som e todas as imagens.
A sensação de morte pairava,
A sensação de vida pairava.
Não dizia nenhuma palavra, pois  eram como veneno.
Aqueles olhos diziam o que todos precisavam ouvir :
- Tire-me daqui, tire-me daqui...
E num suspiro profundo, ela entrou em seu quarto.
Dali, ela nunca mais foi a doce menina que exorcizava os demônios de sua alma.
Ela partiu, deixando o chão do quarto pintado de vermelho.


terça-feira, 21 de junho de 2011

Amor, meu amor, amor

Pés descalços tocando a gélida terra. As mãos entrelaçadas refletiam a última vez. A pele clara estava rabiscada : era a primeira vez que ela encontrava-se em outro alguém. 
- Quando olho para você, eu encontro exatamente o indesejável.
- Isso é bom?
- Agora é.
O sorriso contemplava a face tocada pelas lágrimas. Ele a envolvia em seus braços, sussurrando o quão bem se sentia ao tê-la. O perfume adocicado e a felicidade eram levados para longe. 
- Não vá...
- " Ninguém vai dormir nossos sonhos "
Eles saíram daquele lugar. Ela o acompanhou até a estação ferroviária. Ele precisava ir. Um longo abraço, nenhum adeus.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Museu

Os olhos estavam emaranhados por gotículas salubres. O sorriso era tão sincero. Eles estavam tão próximos.Ele tocava os cabelos negros dela. Ela estava sorrindo. Quem os olhava, notava o quanto ele era dela e ela era dele. Sim, eles estavam vivos. Eram belos mas frios. Era apenas a obra de arte daquela exposição.

sábado, 23 de abril de 2011

Gratidão

Oh famintos que buscam saciar-se,
e não toleram a fome alheia ,
Sois tão belos,
Sois tão puros,
mas açoitam os ímpios como o próprio demônio
São fontes ,
poços de morte.
Por todo lado estão declarando um falso amor
de braços cruzados.
Ceifam vidas e se declaram sal da terra
com lábios que proferem o julgar.
Cultuam a misericórdia,
desprezam seus semelhantes,
enriquecem com a ignorância.
Festejam a morte do seu senhor,
satisfazem-se com o sangue derramado
e proclamam a fé.
São famintos que buscam saciar-se,
e não toleram a fome alheia,
eternos famintos.

domingo, 17 de abril de 2011

Vítima

 A escuridão contemplou sua alma. Fúnebre lembrança . Insosso desejo. Devasso sabor. Gélido sentir. Ousou tocá-la, ferido foi. Sozinho, abandonado, morto. Ela sorriu, seguiu em paz.

sábado, 19 de março de 2011

Pétalas negras

"Eu estava ali. Pétalas negras cobriam meu corpo. Eles o embalsamavam com lágrimas. Não entendi o que estava acontecendo. Tocavam-me, beijavam-me enquanto eu os olhava. Me senti perdido. Senti meu corpo quente - as chamas estavam ao meu lado. Um leve tecido cobria minha pele outrora morena. As vozes sussuravam uma profunda saudade e dor. Meus olhos estavam fechados. Meus pensamentos negavam tudo aquilo. Eu não queria que sentissem dor, tristeza e saudade. Eu não queria que todos se sentissem da mesma forma que me senti no dia em que ela me disse adeus."

Pedro ao se deparar com aquele caderno sob a escrivaninha começa a folhea-lo. Era o caderno que seu amigo Henrique deixou como lembrança, pois mudara de cidade. A página estava datada em  16/02/2009 e o nome Sophia aparecia em meio aos rabiscos. Sophia,sua atual namorada.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Frio

...Talvez eu só precise de um tempo, uma dose etílica e você. 

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Ópio

Corpos nus. Ela estava sob o corpo quente dele. Os olhos cor de mel a fitavam inebriantemente.Sorriu. O perfume dele era embriagante e misturava-se ao sabor doce da pele dela. Beijos desejosos e respiração ofegante rompiam o silêncio - não pertenciam um ao outro, mas estavam ali. Ele a sentia. Ela o sentia. Doses profanas marcavam a pele clara dele e suas mãos deslizavam sob cada parte do corpo dela apertando-a contra si. Eles estavam corrompidos, prazerosamente corrompidos um pelo outro. Ele a dominava. Agridoces lembranças a invadiram por um instante. Lembranças de outro corpo,outra pele, outro cheiro, outro beijo e ela sentia a traição em seus poros. A traição de si mesma.E assim continuava ali, extasiada ao lado dele. Era mais que prazer. Era menos que paixão.

Concorrendo ao Concurso Semanal do Pós-Futurismo ( blog) 06/02 - 14/02
Eixo Temático

                                                                                                    

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Ament

- Sinceramente, o jeito que esquartejas meu corpo com suas doces vãs palavras faz de mim um ser mais desejoso. Essa agressividade que seus poros esbanjam me entorpece, é delirante.
Ruídos
- Silêncio meu amor, não terminei.
- Olhe para você. Olhe para mim. Viu? Nossos corpos estão presos, nossa respiração continua sendo a mesma de quando erámos preenchidos de calor.
- Não se engane...
- Está vendo?! Você, eu... Nós não conseguimos sequer disfarçar o que nos corrompe.
- Quer saber? Estou voltando para o inferno.
(passos,silêncio,voz distante)
- Espere, estou indo com você.

Ament - deusa egipcia da morte

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Tênebra

- " Você tem sentimentos? "
- Tenho.

Enfrente os olhos genuinamente embriagantes,beba-os. Vorazmente, sua mente domina os lábios que exalam uma doce frieza entorpecendo aquele ser. Rasga-se os vestígios saudosistas. Em suas mãos cálices de fogos formam-se, são lançados em direção do velho conhecido que outrora a incinerava.Ele tomou a forma de cinzas, embalou-se com o vento fazendo-a respirar o desprezível.Desprezível por encontrar-se nela, adormecidamente estava nela.

domingo, 23 de janeiro de 2011

O segredo

- Você se lembra do que aconteceu?
- Não sei...
As mãos juntavam-se em rápidos movimentos. Os pés balançavam na tentativa daquele incomodo amenizar.
- Podemos tentar conversar sobre isso. Você quer?
- Eu não sei. Eu... eu.. eu quero.
- Conte-me.

  Aquele dia tinha sido exaustivo, foram processos e mais processos em minha mesa. Chegando em casa, ela estava na cozinha pegando os pratos para o jantar, dei um beijo em sua face. Ele estava na sala com a sobrinha da minha esposa assistindo ao filme. Subi para tomar banho. Logo após 20 minutos estava ali. Jantávamos e conversavamos, felizmente...

- Você está bem?
- Sim, estou.

As mãos transpiram.Sente os batimentos cardíacos acelerarem. Eduardo continua.

Ao terminar, pedimos para as crianças se arrumarem para dormir, pois eu  já estava subindo para contar a história. Sentei na cadeira em frente as duas camas. Ela... ela era linda. Não conseguia parar de olhá-la. Vi que o Pedro já estava a dormir enquanto ela revirava de um lado para o outro - era o que eu precisava. Sentei ao lado da cama. E meus dedos ...

 
Eduardo dá uma pequena pausa e respira,prossegue.

O medo me dominava. Eu não queria sentir aquilo, mas eu não conseguia me controlar. Eu.. eu.. eu precisava estar perto dela, não queria fazer mal, não queria machucá-la. Ouvi alguns passos e me assustei, era apenas minha esposa encostando a porta do nosso quarto. Continuei ali por mais alguns minutos e fui para o quarto. A necessidade tomava conta da minha mente, do meu corpo. Eu me sentia extasiado ao estar perto dela, evitava por diversas vezes. Nas noites que minha mulher a levava para casa,eu ficava atormentado - era o meu doce anjo diante de mim, só queria cuida-la.

- Você entende?! EU NÃO CONSIGO CONTROLAR !
- Acalme-se Eduardo, não estou aqui para te julgar.
- Eu sei, eu sei. Me ajude, eu preciso.

 O silêncio que pairava foi quebrado com o som do choro de Eduardo, que disse :

Abri a porta cuidadosamente e fui ao quarto das crianças, o relógio marcava 2:30. Ela estava dormindo, meus olhos estavam estagnados sobre aquele pequeno corpo coberto pelo lençol branco florido. Sentia-me atraído, o desejo estava ai. Senti culpa. Cheguei mais perto do meu doce anjo, toquei aquela pele macia, ela abriu os olhos e eu sorri. As minhas mãos suavam,sentia o sangue correr por todo meu corpo e minha respiração estava ofegante - queria mais daquele perfeito corpo. Minhas mãos deslizaram sobre suas pernas. Hesitei. Olhei para o Pedro. Eu não podia, não podia ! Então, eu sai do quarto . O corpo trêmulo de desejo e angústia.

- Eduardo, ela não manisfestou medo?
-Não. Ela confiava em mim.
- Confiava?
-Sim. Porque eu a preparo durante meses.
- Há quanto tempo?
[silêncio]
- Há quanto tempo, Eduardo?
- Um ano e meio.

Um silêncio duradouro e ao fundo uma voz calma diz : Obrigada, Eduardo. 


sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Roberta

- Olhe pare mim
- Pode falar.
- Não, eu quero que olhes para mim.

Com um sorriso tímido, ela olhou.
 - Está vendo?
- Estou.
- E o que acha ?
- O que eu acho ... ?!
- É ! Me diga.
- Eu acho que você tem medo.
- Por que você não facilita as coisas?
- Já estou.
- Não está !
- Estou. Eu te mostro exatamente o que nenhuma outra fez até aqui.

..Desceu do carro e deixou seu doce aroma, doce.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

desabafo perdido

... É assim, as vezes me pego sentindo o vazio que eu própria tracei.
Estagnei-me.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

o teatro

- Você é a única pessoa que me importaria em perder.
(silêncio)
- Sério?
( olhar fixo )
- Não.

Em dias estranhos é preferível acomodar-se ao lado dela no meio-fio de sempre. Abrace-a e apenas olhe. Veja aquele sorriso que lhe diz tantas coisas.Não, não diga que a ama , isso é desnecessário. Ponha a mão sob a dela. Marque aquela pele. Só não deixe de olhar porque você pode ver a alma insana refletida nos espelhos d'água daquela rua. E ao fim, terás a certeza de que veio como um sonho bom.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Insípida

Chegue. Entre. Aconhegue-se. Só não vá, não vá para fora, fique.


- "Veja a tempestade, ela está diante dos seus olhos."
- Eu sei , posso sentir a gélida temperatura no encontro de minhas mãos.
- "Então saia da janela."
- Você está certa.


E durante todo dia, choveu. Ela ficou em casa,ela continuou ali.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

romance urbano

Estava impregnada pelo odor fétido , o longo cabelo negro estava preso  por algum pedaço de tecido  que foi encontrado na noite anterior. Ela compartilhava do mesmo prazer entorpecente, o qual corrompia todos os corpos presentes no local, em cada inalar aquilo entranhava-se em seu corpo – um breve efeito.Durante os sete últimos meses, era ali que ela se encontrava.Seres de todas as cores e formas rastejavam sob seu corpo consumindo-a.
Em algumas noites, tocavam aquela pele marcada por cicatrizes, eles beijavam os seios , mordiam os lábios sem cor - ela vendia seu corpo para ter míseras doses delirantes.Quando estava ali desencontrava-se. Tão apaixonada que perdia-se em si, era consumida vorazmente e no final sabia que era apenas mais uma esperando por ajuda, pois sua própria vontade tornava-se insuficiente frente à aquela prisão química.
Ela só precisa de um olhar , de uma ajuda como tantas outras Helenas.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

 " Nos pequeninos dedos as doses escorrem afoitas, têm sabor um tanto amargo . Molham a pele, encobertam a vívida face , parecem dançar ao som da melodia. Mas... mas, elas apenas escapam quando aquele sorriso se faz amante das palavras ao pé do ouvido, palavras sem um fim, ditas para que toquem os lábios, e tocam. "  


Entre as coisas guardadas na  caixa da lembrança, Sophia encontrou o pequeno bilhete.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Afogar-se

"..Os seus longos cabelos tocam-lhe a face, ele, extasiado com o sentir de tê-la em seus braços beija sutilmente aquela pele morena adocicada provocando um sorriso juvenil que se une ao brilho dos olhos negros."

Ele sente o perfume dela. Algumas lágrimas rolaram sobre a fotografia, a qual tinha no verso pequenas letras com formato quase que perfeito - foi o suficiente, a felicidade desejada transbordou naquele breve suspiro. Ao levantar-se, as fotos em seu colo tocaram o chão do quarto. Pegou o par de tênis ao lado do armário,calçou. As chaves estavam na estante. Dirigiu-se até a porta -  era como uma brisa primaveril. Chegando lá, ajoelhou-se perto do epitáfio - um punhado de lembranças pairaram sobre ele. Ali tudo estava vivo. A recordação do dia que antecedera o tomou sentindo a última vez que beijara sutilmente a doce pele, embriagou-se serenamente com as doses saudosistas. 
A gélida chuva começava a cair , eis o momento de sua partida. Ele apenas voltaria ali no próximo 1° de julho.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Menina, doce menina

Céu azul, Nuvens bailando.Vento beijando. Debruçada sob a janela , ela fita os olhos na grama verde, se perde...


- Olá, como você está Sophia?!
(sorriso)
-  Há
quanto tempo está aqui?
- O suficiente...
 


Pássaros cantarolam, rosto iluminado pelos raios, brisa tocando os cabelos, profundo respirar.

- Sophia, porque está tão quieta ?!
- estou apenas olhando.
- O que olhas ?!
- ele.
- Ele?!
Sophia interrompe e diz : - Sim, ele.
- Mas não o vejo,não vejo ninguém além de nós.
- é por
que eu o espero, espero.

 
Sente o calor dos raios , prende os cabelos e sai. Aquele pensamento a acompanha por pouco mais de um verão.