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segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Ele existiu quando ela se foi,

Ele estava estendido sobre a grama queimada. Ouvia-se os gritos abafados pelo alívio daquela que outrora o amou. Ela percebera o quão perdida estava ao se embebedar com as doces palavras: súplicas do seu agressor. Ele corrompera os planos e sonhos da jovem mulher. Ela não notou que perdera a si própria quando entorpecida foi por aqueles beijos. No perfeito elance de amor e ódio, eles se encontraram e jamais deixaram um ao outro. Ele a levou para um lugar distante. Ela levava consigo as lembranças das noites em claro,dos olhos vermelhos. Foi em meio àquele esmo que amaram-se pela primeira vez. Ali Bianca se entregou, era o fim de  dois longos anos. 
Dias depois após um telefonema, o corpo carbonizado de um homem foi encontrado em um terreno cerca de 20km da cidade. Perto da cena do crime, acharam uma fotografia e no verso dizia: "Pedro, eu sempre te amarei. Com amor, Bianca"
 

5 comentários:

  1. Você e a Psicologia. Uma dupla que nos embebeda com esses delírios viciosos/viciantes.

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  2. Um belo conto bordado pelos vocábulos que me fizeram lembrar de Lygia Fagundes Teles. Não há como definir uma obra prima desta, Tathiane. Que prosa! Que aventura trágica, mas que, no final das contas, apresentou uma previsibilidade que você bem implicitou. Sensacional!

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  3. Seus textos têm algo de macabro, se misturando com essa coisa bizarra que é esse gostar profundo. Deve ser por isso que gosto deles - talvez mais que poemas de amor. Não, definitivamente mais.
    Beijos!

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  4. Que eloquente! Gostei, dona Tathiane Cortez.

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  5. Eu acho apaixonante textos dessas maneiras, eles são crus e crueis se pensar por outro lado. Gostei (:

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