- Você se lembra do que aconteceu?
- Não sei...
- Não sei...
As mãos juntavam-se em rápidos movimentos. Os pés balançavam na tentativa daquele incomodo amenizar.
- Podemos tentar conversar sobre isso. Você quer?
- Eu não sei. Eu... eu.. eu quero.
- Conte-me.- Eu não sei. Eu... eu.. eu quero.
Aquele dia tinha sido exaustivo, foram processos e mais processos em minha mesa. Chegando em casa, ela estava na cozinha pegando os pratos para o jantar, dei um beijo em sua face. Ele estava na sala com a sobrinha da minha esposa assistindo ao filme. Subi para tomar banho. Logo após 20 minutos estava ali. Jantávamos e conversavamos, felizmente...
- Você está bem?
- Sim, estou.
- Sim, estou.
As mãos transpiram.Sente os batimentos cardíacos acelerarem. Eduardo continua.
Ao terminar, pedimos para as crianças se arrumarem para dormir, pois eu já estava subindo para contar a história. Sentei na cadeira em frente as duas camas. Ela... ela era linda. Não conseguia parar de olhá-la. Vi que o Pedro já estava a dormir enquanto ela revirava de um lado para o outro - era o que eu precisava. Sentei ao lado da cama. E meus dedos ...
Eduardo dá uma pequena pausa e respira,prossegue.
O medo me dominava. Eu não queria sentir aquilo, mas eu não conseguia me controlar. Eu.. eu.. eu precisava estar perto dela, não queria fazer mal, não queria machucá-la. Ouvi alguns passos e me assustei, era apenas minha esposa encostando a porta do nosso quarto. Continuei ali por mais alguns minutos e fui para o quarto. A necessidade tomava conta da minha mente, do meu corpo. Eu me sentia extasiado ao estar perto dela, evitava por diversas vezes. Nas noites que minha mulher a levava para casa,eu ficava atormentado - era o meu doce anjo diante de mim, só queria cuida-la.
- Você entende?! EU NÃO CONSIGO CONTROLAR !
- Acalme-se Eduardo, não estou aqui para te julgar.
- Eu sei, eu sei. Me ajude, eu preciso.
O silêncio que pairava foi quebrado com o som do choro de Eduardo, que disse :
Abri a porta cuidadosamente e fui ao quarto das crianças, o relógio marcava 2:30. Ela estava dormindo, meus olhos estavam estagnados sobre aquele pequeno corpo coberto pelo lençol branco florido. Sentia-me atraído, o desejo estava ai. Senti culpa. Cheguei mais perto do meu doce anjo, toquei aquela pele macia, ela abriu os olhos e eu sorri. As minhas mãos suavam,sentia o sangue correr por todo meu corpo e minha respiração estava ofegante - queria mais daquele perfeito corpo. Minhas mãos deslizaram sobre suas pernas. Hesitei. Olhei para o Pedro. Eu não podia, não podia ! Então, eu sai do quarto . O corpo trêmulo de desejo e angústia.
- Eduardo, ela não manisfestou medo?
-Não. Ela confiava em mim.
- Confiava?
-Sim. Porque eu a preparo durante meses.
- Há quanto tempo?
[silêncio]
- Há quanto tempo, Eduardo?
- Um ano e meio.
-Não. Ela confiava em mim.
- Confiava?
-Sim. Porque eu a preparo durante meses.
- Há quanto tempo?
[silêncio]
- Há quanto tempo, Eduardo?
- Um ano e meio.
Um silêncio duradouro e ao fundo uma voz calma diz : Obrigada, Eduardo.
Amei.
ResponderExcluirMuito intenso e tocante!
Beijo e boa noite flor :)
Caramba.
ResponderExcluirUm conto muito forte.
Parabéns. :}
Meu Deus, que Lindoo! Tudo aqui! Parabens =))
ResponderExcluirSeguindoo aqui, certo?! Da uma passadinha la no meu e segue tbm!! Beijoo =**
Muito intenso mesmo!
ResponderExcluirConcordo com a Deia (:
Tenho um selo pra você ;*
http://umamor-demenina.blogspot.com/
selo pra ti (:
ResponderExcluirhttp://coisasqdaonatelha.blogspot.com/2011/01/mais-um.html
Uma descarga de todo trabalho um dia feito. Obrigada meninas.
ResponderExcluirSelva, Bia - agradeço pelos selinhos *-*
quem é Eduardo maanola !?
ResponderExcluirvc conhece né, vivenciou isso aê né.
tem meu ombro amigo ;/