Páginas

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

vívido passado

Na calmaria , ela se perdia. Suas pegadas não marcavam a areia. Nem se quer sentia seus pés. Ali estava o peso do seu desejo, um sabor ardente que incinerava a pele. A doçura contemplava apenas seus olhos , janelas do passado. Em cada brisa, pedaços de seus pensamentos eram levados. Sentia seu aroma inodoro e estagnava-se. Estava sendo corrompida por tudo que um dia colocara dentro daquela garrafa atirada ao mar. Não sabia para onde as cicatrizes tinham sido levadas, mas ainda as sentia e aquilo a esmagava, dilacerava seu corpo, roubava seus sonhos. E foi naquele fim de tarde ao se despedir do seu passado que ela dou-se ao presente :  era  mais uma menina embriagada pela solidão e acompanhada dos seus senhores. Aquele quarto tornou-se o seu lugar enquanto as notas de vinte cobriam seu corpo.