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sábado, 10 de janeiro de 2015

Um punhado [de saudade]

O azul das paredes refletia a imensidão : 
tanto do mar - onde ele estava - quanto daquilo que os unia.
Livremente, pertenciam um ao outro. 
Ela desejava abraçá-lo mas longe ele estava.
 ... Ah, ele a sentia onde quer que estivesse.
Ali, encontravam-se e se amavam puramente .
 Até que a vida os separem, jamais houve união assim. 

domingo, 30 de novembro de 2014

Dentre nós, desiderium

Mãos entrelaçadas. Os olhos denunciavam aquele sentimento. Pertenciam um ao outro naquele infinito particular. A respiração era tão intensa quanto o prazer que sentiam: divinamente se amavam. Ela o contemplava. Ele,delicadamente, mordia os seios dela, e isso a fazia desejá-lo mais. Os beijos eram longos - transbordavam o querer.  As mãos deslizavam pelos corpos, os dedos, molhados, cada vez mais procuravam estar naquela mulher. Meticulosamente, ela se entregava e o conduzia para dentro de si: o suspiro pode ser ouvido pelos dois - ali estavam, preenchidos um pelo outro. 
Pela  fresta, o luar invadia o quarto, expondo os rostos ternamente despudorados. Sorriam. Ela adorava sussurrar, ao pé do ouvido dele, o quanto lhe amava, enquanto aqueles deliciosos movimentos tornavam-se rápidos e intensos. Naquele momento, as unhas marcavam a pele clara daquele homem, que se arrepiava a cada toque. Suavemente, ela se desencaixou -  seus lábios queriam senti-lo, saboreá-lo. Era tomado, molhado, sugado, mordido: estava sendo corrompido, ora lentamente,ora ferozmente. Pulsava. Ela adorava vê-lo desejante,pois aquilo lhe dava prazer. Ele não podia mais se conter tampouco queria, então se entregou, totalmente. 
Ela estava embriagada por ele. Ele extasiado por ela. Acomodaram-se na cama. Abraçados adormeceram, eram plenos. 




Dedicado a Rafael Sant'Anna




quarta-feira, 24 de setembro de 2014

"As cartas que eu não mando"

Aquele quarto era um pedaço do seu mundo. 
Vestia uma camisa azul e óculos vermelho. Os cachos bagunçados e o grande sorriso davam leveza a tristeza da despedida. Ela deitou calmamente, pois não queria acordá-lo : era tão lindo vê-lo dormir. Podia sentir o perfume - e como era bom o perfume dele ! Embriagava-se com tudo aquilo que via e sentia ao estar com ele. Não poderia deixar de querer estar ali. Quis beijá-lo e assim fez : gostava de acordá-lo com beijos e cheiros. Aquilo o fazia sorrir. Ele a acomodou em seus braços - como ela amava esse lugar ! O abraço era tudo aquilo que não podiam falar. O beijo era exatamente o que precisavam falar. Os corpos eram o que desejavam : o encontro. De quem ? Do nós. Do amor.
 Amor - amigo. Amigo-amor. Livre amor. 




Dedicado aquele que me faz tão bem, Rafael Sant'Anna

sábado, 16 de novembro de 2013

Uma carta sobre nós

Revirei nossas fotos e encontrei o que hoje não temos. Segurei aquele pedaço de papel como se aquilo me fizesse voltar, mas não voltei. Continuei ali, sem você. Busquei sorrir, afinal eu estava diante da felicidade de poder encontrá-lo e me encontrar. Quis esquecer tudo isso mas já era tarde, não podia voltar tampouco estagnar-me. Fui ao seu encontro, lhe dei um beijo tão doce que me fez esquecer o quão amargo é não haver o nós. Te abracei e deixei contigo o que tenho de melhor : a esperança. 
Não chore, continuarei com você mesmo estando longe.




Com amor,
Sophia.