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domingo, 17 de junho de 2012

Carnavalizando o tempo [perdido]


Menino descalço vagando pelas ruas,
Perdido , fétido e esquecido
Hoje, só tenho meu eu esvanecido.
Fome de justiça,
Sede de amigos
Que lutem por mim
                      E outros meninos?
Nos becos e bocas,
Cheirando o sangue do último encontro,
Pedindo socorro
Assim como eu.
Rostos estão pintados pelo pó,
A fantasia não esconde os dedos queimados,
Última pedra.
Perfume da erva.
                    Quem puxa o samba?
Os “homi fardado".

Sem harmonia,
Eu saio da avenida
E ao som do tiros, me despeço
De mais um irmão,
De mais um menino,
De outro esquecido, dito bandido.
 

3 comentários:

  1. Já te disse que ficou excelente, não foi? Então... ;)

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  2. Que texto maravilhoso! Que ótimo degustar um texto tão bem feito e tão modernista quanto esse, Tathiane. Parabéns, moça, se fazendo cada vez mais engradecida com essas obras de se cintilar os olhos. Obrigado pelo sabor doce e amargo de ter provado uma bela obra. Que texto! Coisas de deuses...

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