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terça-feira, 21 de junho de 2011

Amor, meu amor, amor

Pés descalços tocando a gélida terra. As mãos entrelaçadas refletiam a última vez. A pele clara estava rabiscada : era a primeira vez que ela encontrava-se em outro alguém. 
- Quando olho para você, eu encontro exatamente o indesejável.
- Isso é bom?
- Agora é.
O sorriso contemplava a face tocada pelas lágrimas. Ele a envolvia em seus braços, sussurrando o quão bem se sentia ao tê-la. O perfume adocicado e a felicidade eram levados para longe. 
- Não vá...
- " Ninguém vai dormir nossos sonhos "
Eles saíram daquele lugar. Ela o acompanhou até a estação ferroviária. Ele precisava ir. Um longo abraço, nenhum adeus.

3 comentários:

  1. O que o amor não nos faz escrever, não é? rs.
    Lindíssimo, flor!

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  2. Sim, eu sei.
    Eu sei que deveria vir muito mais aqui. Não porque se trata de um compromisso ou coisa do tipo. Mas é que, intrisecamente, me foi construída a ideia de coisas boas devam ser apreciadas e seus criadores devam receber os devidos reconhecimentos pra isso. E, que patético, eu espero tanto reconhecimento alheio quando nem ao menos me dou um tempo pra reconhecer os que merecem tão mais. O texto é excelente, trata de uma cena que mais pertence aos leitores do que ao autor. Porque é o leitor o responsável pela contrução do antes e do depois do momento-texto. É o leitor o responsável pelos motivos, pela complexidade dos sentimentos e pelas imagens que palpitam nos teus dedos quando te dá a vontade de expor aqui.
    Desculpe e obrigado.
    Fernando Franco

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