Páginas

sábado, 23 de abril de 2011

Gratidão

Oh famintos que buscam saciar-se,
e não toleram a fome alheia ,
Sois tão belos,
Sois tão puros,
mas açoitam os ímpios como o próprio demônio
São fontes ,
poços de morte.
Por todo lado estão declarando um falso amor
de braços cruzados.
Ceifam vidas e se declaram sal da terra
com lábios que proferem o julgar.
Cultuam a misericórdia,
desprezam seus semelhantes,
enriquecem com a ignorância.
Festejam a morte do seu senhor,
satisfazem-se com o sangue derramado
e proclamam a fé.
São famintos que buscam saciar-se,
e não toleram a fome alheia,
eternos famintos.

5 comentários:

  1. Um viva à religiosidade insana, cega e deprimente.

    Um texto que transborda verdade e nos deixa sem fôlego diante a tamanha profundidade e piedade.
    PARABÉNS.

    ResponderExcluir
  2. A poesia foi feita para desmascarar aquilo que chamamos de sociedade perfeita. Um viva à Nova Poética! E parabéns pelo seu belo trabalho. :]

    ResponderExcluir
  3. O tema foi desenvolvido com clareza e você sabe brincar (muito bem) com as palavras. E parabéns pela sua crítica. Porque hoje em dia, infelizmente, as pessoas estão cada vez mais excêntricas.

    ResponderExcluir